6 de set. de 2008

Profundo azul


Acredito na graciosidade, esteja esta presente e há permissão que se aborde qualquer tema sem tabus. O tabu é uma maneira moderna de justificar a negação ou no caso dos políticos, protelarem situações. No último episódio da Anatomia de Grey foi abordado o tema suicido, de uma forma muito tocante, quando a Meridith caí acidentalmente no rio gelado e enquanto luta pela sobrevivência ecoam-lhe nos ouvidos as palavras duras da mãe, que para quem não acompanha a série, a senhora está doente e alheada da realidade. É nesse segundo em que ela relembra a dureza das palavras, que por um instante desiste, o quanto bastou para que passasse para uma outra dimensão, além daquela a que chamamos de realidade. Onde foi recebida por amigos e conhecidos que a ajudaram a perceber que estava ali antes de tempo. Uma vez que tinha ido ali parar de mote próprio ainda estava em tempo de recuar.
Toda a cena me recordou o arquétipo de Neptuno quando desagradado com a realidade, Saturno. Aquela dissolução em que só apetece é baixar os braços num cansaço estranho, um abandono e desacreditar de e em tudo aquilo que até ali parecia tão certo, uma confusão que se instala num desatino profundo. Alturas em que tudo neste mundo parece vazio e desprovido de essência. Quem tem na carta natal, Neptuno a fazer parte de uma formação dominante, está habituado a estes meandros difusos, assim mesmo estranha quando este faz um transito ou arco solar aos ângulos ou luminares, que dizer àqueles que não sintonizam com esta energia invisivel e tão envolvente. São momentos em que como a Meridith dentro de àgua, precisamos de lembrar a nós mesmos, que a nossa vida faz parte de um todo, estamos aqui porque somos importantes, de nós é esperada uma incondicional colaboração, iremos magoar muitos se desistirmos antes de tempo e provavelmente esse cair de braços irá alterar as crenças de alguns que até ali nos olhavam como exemplos e alicerces.

Se a vida não tem preço, nós comportamos-nos sempre como se alguma coisa ultrapassasse, em valor, a vida humana... Mas o quê?
Antoine de Saint-Exupéry

6 comentários:

Anônimo disse...

Boa noite Ana,

Tem mesmo um toque de Neptuno o seu texto!

Eu nessas alturas refugio-me nas sitações de Trigueirinho: "Ao ouvires, lá dentro de ti o grito da dor planetária, eleva com devoção o pensamento à uma altura sem fim"

Beijinhos e excelente fim de semana

O meu vai ser passado a tentar que o blog, vá online, espero que seja Domingo! :)

Ana Cristina disse...

Maria Paula, eu e ele (Neptuno) somos muito chegados desde o meu 1º minuto :-)

Bom domingo então :-), aqui tem uma multidão na expectativa.

Até lá, abraço

Anônimo disse...

Bom dia, Ana Cristina,

Terminei à pouco um trânsito de Neptuno ao meu Sol e Lua em simultâneo. Foi bravo. Nunca usei tanto na vida, agendas e apontamentos para me lembrar das coisas.

Abraço

António

Ana Cristina disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ana Cristina disse...

Olá António, não tão grave assim, quero dizer do mal o menos, note que foi um facilitador :-)

bom sábado :-)

Anônimo disse...

Isso é verdade. Fui atrás do meu sonho. =)