18 de nov. de 2008

o poder da contenção


E os maníacos do controle, a propósito de Plutão a entrar em Capricórnio, se um simboliza o poder e o outro a organização deverá isto ser igual a poder e controle; muito se falado do efeito inerente ao de rebentar com as estruturas, aliás o mundo tem sido pródigo em exemplos. Hoje estava a pensar no reverso da medalha, desta concentração de poderes e resistência, na sua polaridade e mais a um nível mais individual do que mundano; se de um lado temos o efeito bulldozer (Plutão) do outro a resistência estóica, a capacidade de resistir à mais dura das provas. Poderá haver aqui um espaço para choques e um medir de forças, cerrando fileiras. O trabalho árduo, que nunca acaba, a sensação de perca dolorosa. Quem tem no seu horóscopo uma ênfase de Capricórnio, tem a percepção do trabalho que teve para chegar aqui, conhece a sensação de desacompanhado, sabe o significado de resistência e a repressão. Com Plutão a entrar no seu signo, parece-me que vai amplificar esse sentido de poder de resistência para manter a sua estrutura, individual, familiar, parceria ou social, dependendo de onde se encontre o signo de Capricórnio se angular. Como se agora chegasse a hora de valorizar todo um passado , o investimento que tem sido feito ao longo de toda uma vida e que agora terá que provar o sua razão, a necessidade de poder depois de uma vivência de responsabilidade e de alguma repressão. Os valores a cobrar serão em proporção à idade e de quanto se investiu nessa área, por isso se não houver a recompensa esperada é muito provável que os comportamentos se alterem definitivamente. Deixando para trás certezas, estruturas, comportamentos e vidas passadas que já não fazem sentido nem para memória futura. Se o durante não for agradável neste revolver de terras depois da obra feita, haverá concerteza espaço para uma vida menos contida pelos receios infundados.

9 comentários:

Unknown disse...

Bom dia, Ana Cristina,

Este artigo deixou-me pensativo e a reflectir na palavra «resistir». Gostei muito.

Pessoalmente, duvido que "resistir" resulte , se aplicado no sentido de "opor resistência" ao simbolismo de Plutão. Também creio que "não ceder", não vai conduzir a lugar nenhum.

No entanto, talvez as probabilidades sejam maiores se eu entender "resistir" como "fazer face a", "aguentar-se", "não sucumbir" ou "subsistir", com isso talvez eu aprenda a aceitar as circunstâncias que se apresentam e adpatar-me a elas, conseguindo fazer o que a sua reflexão recomenda: «Deixando para trás certezas, estruturas, comportamentos e vidas passadas que já não fazem sentido nem para memória futura.»

A sensação que tenho é que vivemos tempos de impermanência, de efeitos prolongados. É toda uma nova aprendizagem. Precisamos de mais tempo para percebermos bem as mudanças que se estão a gerar a nível individual.

Ana Cristina disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ana Cristina disse...

"A sensação que tenho é que vivemos tempos de impermanência, de efeitos prolongados. É toda uma nova aprendizagem. Precisamos de mais tempo para percebermos bem as mudanças que se estão a gerar a nível individual"

Precisamente António, e como não são os planetas que fazem, teremos que ser nós a chegar à conclusão que temos de mudar e isso amigo sabe o quão difícil pode ser...as resistências...que também concordo acabarão por cair, o até lá é que parece ser fulcral.

Anônimo disse...

Viva Ana Cristina, Bom dia!
Uma reflexão, a sua, a reflectir-se na minha própria reflexão.
Toda a vida é uma mudança incessante a que resistimos por inerência da própria vontade, pela convicção que somos imunes a mudanças,em consciência, mas estamos sempre a mudar, a acrescentar, o naco das dúvidas que queremos aceitar. Não resistimos à coisa, resistimos à aceitação da coisa como uma evidência que nos vai mudar.
E mudamos mesmo. menos ou mais concistentemente na medida do que fizémos, do que construímos, mas mudamos porque nada do que vive é imoto.
Estou a ver-me em 2006, trabalhador incansável,dinâmico ao exagero, 10 a 12 e 14 horas de actividade comercial, criativa, Alegre,satisfatória do meu ego.
Quando me colocam a imperiosidade de acabar ali, a resistência, o quase pânico, a baixa médica como recurso a um periodo de reflexão à aceitação, a inércia da nova situação. O desemprego, a decisão sobre o que de mim ansiava por explodir, o aceitar de um novo começo numa área que sendo nova, subsistia enquanto sonho antigo e se revalorizara sem que eu desse conta. Escrever.
E continuo a resistir ás mudanças que se vão operando, aceitar que estou velho...
Um beijinho para si, de amigo

Ana Cristina disse...

Neo, não me canso de lhe elogiar o seu jeito com as palavras. A sua descrição de 2006 é bem característica de certas mudanças de vida, em que muitos se encontram nesta altura...se bem que transversal as idades não o são nem as formas ou conteúdos.
Valerá a pena resistir? Não o creio mas acredito ser a tendência.
Abraço e grata pela visita.

Maria Paula Ribeiro disse...

Ana,

O Neo é único em palavras...dá gozo, lê-lo. (mas com um dicionário à mão, lol)

Em relação ao teu post, posso dizer que todos, temos esse bulldozer, mas uns sabem conduzi-lo outros não...
Considero proporcional, ao que todos sentimos à resistência em mudar...
E por vezes, flutua a dúvida: onde, como e o que temos para "arrasar"

Jinhos

Ana Cristina disse...

MP, só será necessário arrasar o que não funciona, não sei é a dúvida ou se a teimosia que persiste :-)

Beijo

Anônimo disse...

Maria Paula,perdão Ana Cristina, mas não resisto a dizer à Maria Paula que exagera na consideração das minhas palavras. Sou até defensor das palavras simples, as mais comuns, sem a recorrência a dicionário. Reconheço , apenas que as utilizo de uma forma intrincada, talvez demasiado complexa para a sua simplicidade, porque é como eu as vejo na construção da ideia.
Sinto-me envergonhado pensar que alguém precisa de dicionário para descodificar palavras que escrevo. Tenho que me rever melhor.
Beijinhos Maria Paula

Ana Cristina disse...

Neo. esteja à sua vontade, está em casa. Eu não lhe chamaria intrincada, deixa-me sempre a ideia de como as palavras podem ser lúdicas no estilo. E p.f não pare.