Se eu fosse Saturno...

Mesmo quem não pesca nada de Astrologia e seus simbolismos, já ouviu falar algures do Saturno como sendo o mau da fita e como a ele estão atribuídas todas as limitações, desgraças, dificuldades e privacidades. O culpado de todas as grilhetas mesmo as de ouro. Omitindo a parte de que ele também é símbolo, da estrutura e permanência.
Eu se fosse ao Saturno já me tinha rebelado e deixado de estar por aqui a estruturar as ideias como quando em Ar a transformar as mesmas em algo palpável, como por exemplo em Libra, onde a estrutura procura o equilíbrio. No caso de Henry Kissinger, Saturno a tomar conta das casas 8 e 9; a reflectir o seu trabalho internacional em prol da paz e concretamente visando o fim da guerra.
Ou quando em Água, o barco que não deixa afundar as emoções, bem pelo contrário que as protege e dissimina, em Peixes a dar corpo e forma a um ideal que sirva o colectivo, que poderá ser construir uma igreja mas, no caso de Alexandre Bell, nascido numa família ligada a elocução, antes da descoberta de telefone já era famoso pelo seu trabalho no ensino da linguagem gestual. Permitido a muitos que finalmente pudessem comunicar.
Ou quando em Terra, o construtor de paredes sem o que não tínhamos casas, ou impérios de serviços como Richard Branson tem criado. Saturno em Virgem, as empresas que prestam serviços. Terá sido conselho astrológico o brand name Virgin?! Saturno rege a casa de trabalho deste senhor.
Ou quando em Fogo, a estruturar a inspiração, dar forma à paixão, como no caso do Charlie Chaplin, Saturno regia a casa da comunicação e expressão, vivíamos então na era do cinema mudo e não foi por isso que deixámos de entender o que ele queria dizer.

As dificuldades são o aço estrutural que entra na construção do carácter.
Carlos Drummond de Andrade