16 de jun. de 2009

mas


ao longo da vida vamos tendo que resolver problemas, enfrentar situações que nos fazem sentir como se tivéssemos ainda 7 anos. A cabeça é outra mas as sensações podem ser as mesmas de então, as borboletas na barriga, o aperto no estômago e as náuseas, o nó na garganta, o medo, a falta de protecção, a solidão... enfim a dor que fisicamente sentimos naquela altura quando confrontados com uma maior responsabilidade ou autonomia e os receios que as acompanham, o de não estarmos preparados, o de não sermos capazes, o de contarmos connosco, tudo aquilo que se sente quando se sai da zona de conforto. Foi ali que tivemos o 1º embate com a força o que nos queria limitar ao impor a sua vontade, este teste naquela idade é usualmente experimentado no núcleo familiar e simbolizando Saturno o pai, ou a figura de maior autoridade aquela que comanda a estrutura. A figura que nos deu o suporte necessário para que nos sentíssemos a salvo e protegidos o suficiente para que nos arriscássemos ou então não e por isso tivemos que nos desenvencilhar sozinhos e por isso a protegermos-nos ou até foi mais um foco da dureza que tivemos de enfrentar, o que nos trouxe ainda mais dor... Seja o que for, uns mais que outros, nesta ou naquela área de vida, aprendemos a dor e fomos-nos moldando ao meio-ambiente e assumindo comportamentos que nos protegessem de nos magoarmos outra vez...
Mas ao longo da vida os contactos dinâmicos ou difíceis de Saturno a um dos planetas pessoais, podem muito bem representar épocas em que aquelas velhas e dolorosas sensações antigas, agora não sendo o pai ou a falta dele que nos inflige, poderá ser o marido, o chefe, a profissão ou qualquer outra situação em que nos sentimos vulneráveis e a exigir um grande esforço porque somos adultos e não podemos dar o braço a torcer.
Agora como antes as dores são profundas e os medos podem ser tão aterrorizadores como então. Consoante o planeta contactado as necessidades por este simbolizadas, com a Lua de que estamos sozinhos e ninguém está disponível para nos ajudar nas nossas necessidades básicas e primordiais. Com o Sol a sensação de solidão perante tarefas árduas, exigindo tanto de nós o nos consume e tira a vitalidade. Com Mercúrio a dificuldade de nos expressarmos e a tendência para vermos o lado mais dark da situação. Com Vénus, a solidão resultante do desamor, de não nos sentirmos amados e valorizados suficientemente. Com Marte o sentimento de frustração do que podia ter sido, assimilado ao aguentar a supressão das nossas vontades. O quanto e aonde dirá mais e trará mais luz a este cenário. Enfrentar esta criança magoada, apesar da divergência cronológica é o primeiro passo para que aceitemos e nos demos o direito de, o que nos tornará mais capacitados para situações futuras.

4 comentários:

Maria Paula Ribeiro disse...

Olá Ana,

Está um mimo este post!
Uma delícia que ao longo do dia foi lido 5 vezes, lol

Eu sou daquelas pessoas que parece que está sempre na idade dos 7!

MAS, com vivências e contextos diferentes e que me obrigam a andar, andar e andar... ;)
Kiss kiss

Ana Cristina disse...

Mª Paula não és única, afinal não dizemos todos que temos uma criança dentro de nós...e não é só a parte lúdica para ser uma criança completa :-)

Adelaide Figueiredo disse...

Ana Cristina,

Com Saturno há sempre ou quase sempre situações a enfrentar. No entanto, também há quase sempre um ensinamento a aprender. Afinal com Saturno nada vem de graça :)

Ana Cristina disse...

Adelaide quantos artigos quer a dar provas disso :-)? Por isso tenho um separador dedicado a cada planeta, são muitas as suas caras e é sempre necessário conhecer a noite para reconhecer o dia :-)Grata.