6 de jul. de 2008

Heroína



O horóscopo de alguém que se tornou um exemplo é sempre fascinante de estudar. Todos entendemos que o meio sócio-económico e as oportunidades que este proporciona tem uma grande influência a par da necessidade individual que cada um tem de preencher as suas necessidades.

Jeanne d'ARC, Janeiro 6, 1412 @ 17:00 - Domremy-la-Pucelle.
Sol em Capricórnio e Lua em Libra, sugere de imediato alguma seriedade e ambição a trabalhar para ser popular. Tendo em conta que o Sol rege o Ascendente, e está conjunto a Vénus há aqui uma certa ansiedade da persona de ser importante. Em relatos da sua vida é referida a sua seriedade e devoção a Deus desde pequena bem como o seu trabalho de ajuda aos mais desfavorecidos.
As necessidades indicadas pela Lua, de ser apreciada aumentadas pela conjunção de Jupiter, em contacto com o Meio-do-Céu dando enfoque ao eixo VI/XII, serviço social/instituições, como o meio para. Naqueles tempos vocação, era o "chamado" de cada um. O que agora se confunde muitas vezes com profissão. O MC regido por Marte que está peregrino sugerindo rebeldia mas como está retrógrado antecipa-se contenção, como o da Madre Teresa, está em Virgem. Indo em busca de Mercúrio, em Capricórnio como ela pensava, este oposto a Neptuno no eixo Cardinal, a mente manda plena de ambição e idealismo.
Diz que foi aos 13 anos que se torna consciente de "ouvir vozes" na altura o transito de Plutão sobre Neptuno regente da casa da visões, filosofias e do abstracto, o sobrenatural a tomar conta sua vontade. Neptuno no Ascendente a projecção espiritual e o dissolver valores egocêntricos, as causas maiores do que o individuo. Fases marcadas por grandes crises existenciais e que marcam qualquer um que as viva. Na altura os mais racionais tentaram explicar e aliar esta hiper sensibilidade, com uma histeria ou mesmo invenções sem nexo.
Seria em Maio de 1428, que fica claro para ela que Deus quer que ela proteja o Rei Charles VII, transito de Úrano à Lua, a intensificação das suas necessidades e o impulso que a levam a manifestar a sua missão a Robert Baudricourt, para este a mandar embora com indicações que o pai lhe deveria dar umas chicotadas, tinha a jovem 16 anos.
A situação para o Rei piorava e segundo parece as vozes que a jovem ouvia tornavam-se mais urgentes. A sua persistência acabaria por abanar o cepticismo de Baudricourt, que a autorizaria a ver o Rei. Depois algumas provas que o Rei a sujeita até que fica convencido da sua autenticidade. Será a sua fé, obstinação e vontade férrea que lhe acabariam por franquear a entrada exército do Rei como Joana tanto queria. Segue-se a sucessão de traições mentiras e mais tarde a inquisição que a acabariam por tornar numa mártir e hoje Santa. Mas tudo começou por um forte empenho pessoal.

6 comentários:

Unknown disse...

Ana Cristina,

Uma vida significativa. Os peregrinos nestas pessoas parecem ter um papel fundamental.

Mais um belo texto para a sua fabulosa série "Mulheres do Mundo".

Abraço

A.

Ana Cristina disse...

António, obrigada. Realmente os peregrinos acarretam alguma dissociação e quando queremos fazer prevalecer alguma ideia, terá mesmo que ser à laia de não ligar a quem nos diz que "não".
Era-o ontem e é assim nos nossos dias. Afinal eu tenho uma Lua peregrina :-)

Abraço

Pepe Luigi disse...

Belíssimo este texto que me deixou pregado ao monitor.

Ana Cristina disse...

Obrigada Pepe, vindo de si, que tem o dom de nos fazer viver a suas memórias. Muito obrigada.

Anônimo disse...

Só agora tive oportunidade de ler com mais calma.
A Astrologia assim aliada às pessoas que admiramos faz ainda mais sentido.
Deixaste-me a pensar com a história do Marte peregrino.
Bjs

Ana Cristina disse...

Aprende-se muito no canal história :-). No Marte ou no peregrino? Marte a vontade, peregrino, vai continuar em busca daquilo que tem vontade :-)
bjo