(in)fedilidades

Neste falei das perfeitas imperfeições do ser humano e agora, porque também faz parte da nossa condição refiro a procura de alguém fora, que nos complete por dentro, ou quiçá nos faça sentir perfeitos. Ou seja sentirmos-nos bem na nossa pele.
A pergunta de como será o meu par perfeito, já a ouvi de bocas de pessoas com 18, 30 e 50 anos e dos dois géneros. Em teoria estas pessoas sabem e admitem que não se conhecem ainda a elas próprias, digo em teoria porque se a pessoa não se conhece como pode reconhecer o ideal para si? Há também o caso daqueles que sentem dificuldade em amar, aqui teríamos que falar nos ideais que acalentam. Por isso o tal do par perfeito teria que ser encomendado e talhado à medida e, sujeito a alterações consoante as oscilações.
Esta será uma das razões de tantos enganos e amores efémeros, que nos servem em determinadas alturas da vida e nos vêm colmatar as ansiedades e necessidades de então. Aquela frase de que precisamos de estar bem sozinhos para atrair alguém satisfatório, terá esta energia na sua base. Quando por alguma razão passamos a mensagem errada é provável que atraiamos a pessoa ideal para viver a relação errada.
Aproveito para falar nisto numa altura em que a Vénus, está retrógrada, por isso antigos relacionamentos poderão de alguma forma voltar à baila. Consoante a posição de Saturno em transito nesta altura, poderemos estar perante impasses ou oportunidades importantes de se resolver algo que se adiou ou se varreu para debaixo do tapete e que agora carece de uma decisão ou concretização.
Também em teoria as pessoas sabem o que as faz sentir melhor e aquilo que querem, mas por medo, obrigação, insegurança e mais um comboio de padrões enraizados adiam e acabam por fazer aquilo que não querem e continuam a ser infiéis a si próprios. Como podem então cobrar fidelidade ao outro?